Grilo na cuca
Por acaso você já pensou que aquele vermelho, que você enxerga no sinal de trânsito, pode parecer diferente para a pessoa que está sentada ao seu lado, no banco do carona? Claro, ela pode também chamar aquela cor de “vermelha”, mas será que ela está vendo
a mesma cor que você? E se ela estiver
vendo roxo e chamar o roxo de “vermelho”? Vocês dois vão achar que estão vendo a mesma cor, porque ambos a chamam de “vermelha”. Mas, quem garante que a
sensação visual da cor é idêntica? Outro dia, em outro artigo, dissemos que
uma palavra não é a coisa que ela representa; a palavra é
o símbolo da coisa, mas não a coisa
em si mesma. O que estamos dizendo agora é precisamente uma prova disso: duas pessoas podem concordar que a cor do farol (semáforo, sinal) é “vermelha” – estarão concordando
com respeito à palavra, mas podem estar vendo
cores diferentes.
Como funciona
Acontece que as cores não são percebidas através dos nossos olhos, mas sim dos
nossos cérebros. No sentido literal da palavra,
a cor não existe, o que existe é
luz, percebida até por moluscos que não têm cérebro. Você pode identificar cada cor, mas todas elas são interpretadas pelo seu cérebro. E a luz pode ser transformada em
qualquer cor pela sua mente, como é fácil verificar com as ilusões de ótica. As cores são criações do nosso cérebro, baseadas em experiências passadas. É assim que as ilusões de ótica funcionam. Porque, quando vemos uma imagem que se relaciona com uma experiência passada, o cérebro se comporta como se a imagem da ilusão de ótica fosse igualmente real.
A importância das cores
A cor tem sido a
essência da evolução. Basta pensar na relação entre os polinizadores e as flores ou nos diferentes animais que utilizam as cores para se camuflarem ou chamarem a atenção. Observe as cores das suas roupas: a
moda, os
cosméticos e os
designs são baseados na cor. Isto quer dizer que foi a percepção da cor que moldou a nossa mente. Portanto, o
fato incrível é que a cor,
mesmo não existindo fisicamente, moldou toda a nossa cultura. É precisamente por essa relação com a cor que as pessoas se perguntam há séculos:
Você está vendo o que eu estou vendo?
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